Um pastel de nata é um mau alimento e vai ter efeitos negativos no organismo e os brócolos são um bom alimento, certo? Na minha opinião, as coisas não são assim tão lineares.
Temos de parar de definir os alimentos como “bons” ou “maus”, porque não há maus alimentos (apenas maus padrões alimentares), mas principalmente porque este tipo de pensamento pode levar ao desenvolvimento de más relações com a comida.
Grande parte daquilo que consideramos bons alimentos são ricos em vitaminas e minerais (e às vezes fibra) e baixos em calorias. Por outro lado, os maus alimentos são, normalmente, pobres em vitaminas e minerais, têm mais calorias e são mais fáceis de ingerir em grandes quantidades porque são mais saborosos. O único problema com este tipo de alimentos é se eles constituírem grande parte da tua alimentação.
Em vez de te focares em excluir este tipo de alimentos, deves-te focar em incluir o máximo de alimentos ricos em micronutrientes e baixos em calorias (sem ultrapassar o objetivo calórico). Isto significa incluir fontes de proteína magra (coisa que muita gente se esquece de fazer), frutas, vegetais, arroz/massas (maioritariamente integrais), vários tipos de frutos secos e manteigas naturais dos mesmos, azeite, etc.
Posto isto, não recebes uma medalha de honra por comer apenas alimentos ricos em micronutrientes e baixos em calorias. Para pessoas que não tenham condições clínicas, se grande parte da dieta for composta por este tipo de alimentos, não há mal nenhum em consumir (em moderação) alimentos menos ricos em micronutrientes, mas mais calóricos e saborosos. Isso até pode ter resultados positivos, porque pode facilitar a aderência à dieta, que é a variável mais importante para o sucesso. Se estás a tentar perder gordura, tens que te certificar que a adição desses alimentos não te retira do défice calórico, que é fundamental para perder gordura.
Concluindo, não vejas os alimentos como bons ou maus. Foca-te em incluir uma boa quantidade de alimentos ricos em micros e baixos em calorias e, se quiseres, ingere alguns alimentos menos ricos, mas mais calóricos e saborosos de vez em quando, sem te sentires mal com isso (porque não há mesmo mal nenhum nisso).
P.S. Certifica-te que não consomes calorias a mais/menos em relação ao teu objetivo calórico diário, pois a relação entre calorias ingeridas e gastas é, de longe, o principal fator que afeta a perda/ganho de peso.
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